Ursos polares estão acasalando com ursos pardos e uma nova espécie de urso híbrido nasceu. Chamado de urso-grolar, esse animal pode não ser dos mais belos da natureza, com um padrão bastante irregular de pelos, mas ao menos pode ajudar a conservar o DNA dos ameaçados ursos polares.

Há uma série de divergências sobre a origem dos grolares. Muito porque acasalamentos entre as duas espécies era uma possibilidade remota, pela diferença climática dos habitat deles.

Mas mudanças climáticas transformaram o território de ambos, principalmente dos ursos polares, e os aproximou. O resultado é uma nova espécie mais resistente às mudanças climáticas e capaz de ocupar territórios com maiores diferenças de temperatura.

Recentemente, cientistas identificaram rotas de migração conjuntas de ursos polares e pardos, rumo ao norte do Alasca, outro indicador de uma espécie de aliança cooperadora entre as espécies.

O urso-grolar foi classificado em 2006, após pesquisadores identificarem diversos deles na natureza, e agora foi tema de um estudo da paleontóloga Larisa DeSantis, da Universidade Vanderbilt, do Tennessee.

Larisa é especialista em dentes de carnívoros e mostrou como os dentes — e a dieta — dos ursos polares mudou em um mundo aquecendo rapidamente.

Com base nesse estudo, ela concluiu que a possibilidade de extinção dos ursos polares é bastante real, uma vez que eles possuem uma dieta altamente especializada (focas com bastante gordura, quase sempre) e caçá-las está mais difícil, por causa do derretimento de geleiras.

A pesquisadora analisou os crânios de 20 ursos polares, alguns com mais de 1.000 anos de idade. A estrutura craniana e do maxilar não é totalmente adequada para uma diversificação da dieta, o que pode representar o desaparecimento da espécie.

Isso pode explicar também o surgimento do urso-grolar. As mandíbulas dos ursos-pardos são mais eficientes em dietas diversificadas: eles conseguem comer raizes e tubérculos, além de devorar carcaças de outros animais.

“Especialistas como o urso polar correm maior risco de extinção, especialmente se seu habitat estiver literalmente derretendo”, comentou

 

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