Durante os 45 minutos que leva para Daniel realizar o enterro, Bobby permanece deitado ao lado da família, imóvel, observando o ritual. “Parece que ele entende a dor dela”, disse Daniel. Todos ficam maravilhados ao ver o gesto do animal, acariciam e perguntam sobre ele. “Contamos a história dele”, disse o zelador municipal.
Desde que seu tutor faleceu, Bobby decidiu ficar no cemitério e morar lá. “Quando ele chegou, estava seguindo o carro funerário. Enterramos o mestre e ele ficou aqui conosco”, relembrou Daniel. “O cachorrinho ainda estava em cima do túmulo do dono, ele não queria ir. Eles o colocaram em um caminhão, mas ele saiu e voltou para o túmulo de seu mestre. Ele não quer ir, ele quer ficar com o dono”, relatou o coveiro quando a família do falecido foi buscar o cachorro.
Bobby também tem uma “madrinha”, chamada Adriana Carrasc, que deixa comida para ele toda semana e quando ele sente algum desconforto ela o leva imediatamente ao veterinário.
Adriana é professora independente, protecionista, e junto com sua família, cuida de cães de rua, principalmente os que vivem no cemitério da Roca. “Nós os levamos para o elenco, os alimentamos, tudo o que podemos fazer, fazemos”, explicou. “Quando conhecemos Bobby, imediatamente fomos castrá-lo para que não acontecesse o mesmo que aconteceu com os outros que escaparam para lutar”, completou.
Fonte: Rio Negro